MODELO MINNESOTA

Minnesota é um dos estados americanos localizado ao norte dos Estados Unidos, onde se desenvolveu, na década de 30, um modelo específico de tratamento: o Modelo Minnesota. No manicômio estadual de Minnesota chamado Wilmar State Hospital, um psiquiatra, juntamente com o psicólogo Dr. Daniel Anderson, convidaram o grupo de A.A. que colaborava em Hazelden a ajudá-los no manicômio, e logo perceberam que, por meio das reuniões de A.A. no hospital, começaram a ter resultados positivos. Baseados nessa experiência desenvolveram uma equipe multidisciplinar, incluindo os membros de A.A. que atuavam como conselheiros. Segundo John Burns, em seu livro “O Caminho dos Doze Passos – Tratamento de Dependência de Álcool e outras Drogas” – assim foi desenvolvido um dos primeiros grupos de profissionais multidisciplinares, incluindo dependentes em recuperação baseados nos princípios de A.A.. A clínica Hazelden contratou o Dr. Daniel Anderson para dar continuidade ao trabalho que começou no manicômio de Wilmar. Dessa forma nasceu o Modelo Minnesota, precursor de todos os modelos de tratamento de dependência química. Hoje, este método é utilizado em diversas clínicas nos Estados Unidos e no Brasil (Vila Serena, no Rio e em São Paulo, por exemplo). Neste modelo, o dependente químico – álcool e/ou outras drogas – é mantido em residência educacional para sua recuperação e conscientização acerca da doença. O centro de tratamento é dotado de uma equipe multidisciplinar capacitada para este fim. O residente é incentivado a reexaminar seus valores e relacionamentos, por meio de palestras, aconselhamento individual e dinâmicas de grupo. No livro “The Minnesota Model”, de 1993, o presidente do Hazelden, Jerry Spicer, faz a seguinte síntese do Modelo Minnesota.

Modelo

  • – Profissionais e pacientes colaboram para definir o caminho da recuperação;
  • – O foco do tratamento é a mudança no estilo de vida;
  • – O tratamento focaliza o longo prazo;
  • – É um tratamento multidisciplinar;
  • – A reabilitação depende de sistemas sociais como a família, amigos e grupos de ajuda mútua.

A abordagem médico-alopática é seguida na desintoxicação e nos processos de abstinência. No entanto, a dependência química é vista, no Modelo Minnesota, como algo mais do que um problema médico.

Três objetivos são considerados essenciais na recuperação:

  1. A busca de um despertar espiritual, similar ao insight terapêutico;
  2. Reconhecimento e reforço da escolha de querer recuperar-se e assumir responsabilidade pessoal;
  3. Aceitação (do fato, limitações e características de sua doença; da sua responsabilidade e da necessidade de um processo de recuperação vitalício).